sexta-feira, junho 30, 2006

CHAVE DA QUESTÃO



Talvez não sejamos tão maus assim; Talvez não precisemos nos auto-destruir para alcançar a satisfação plena, mesmo porque nem deve realmente existir uma satisfação plena. Talvez seja mais fácil simplesmente deixar tudo para lá e viver o momento; Talvez seja mais fácil se conformar que realmente não existe a felicidade eterna e sim momentos felizes que vamos "juntando" durante a vida; Talvez para tanto, seja preciso apenas abrir a mente e deixar de ser mesquinho; e talvez, a chave para isso esteja dentro de nos mesmos, ainda que enferrujada e carcomida pela vida desesperançosa e sem valor que acabamos por viver sem pensar; talvez ela esteja ali, bem perto da mão e do coração, talvez...

ALARIDO


Existem instituições religiosas neste mundo que são muitíssimo ricas, mas no fundo nada fazem; Existem paises neste mundo que são muitíssimo ricos, mas que também nada fazem; Existem guerras acontecendo este mundo que na verdade de nada servem, a não ser para se gastar muitíssimo dinheiro oferecidos por estes mesmos paises riquíssimos e em muitos casos com o consentimento destas mesmas instituições religiosas que dando de ombro acabam por nada fazer; Existem pessoas neste mundo que são iguais a você, mas que nada possuem a não ser uma boca enorme e faminta das simples oportunidades deste mundo, as mesmas que se jogam fora, pois o que realmente interessa é a busca do poder que na verdade é idiota e fútil; Existem pessoas neste mundo que não querem isso, querem apenas matar a fome de seus filhos, de ter uma existência digna e merecedora, de ter orgulho de também ser filho de Deus. Você consegue ouvir o grito destas pessoas? não? Como você é surdo, Como somos todos surdos...

quinta-feira, junho 29, 2006

MEDA DANADA


Noite passada tive mais uma crise de pânico... Indubitavelmente, a sensação que se tem em situações como esta é arrebatadora. Existem coisas nesta vida que deveríamos nunca viver, existem coisas que deveríamos nunca sentir, pois não fazem sentido, são fúteis, idiotas... Acredito que tudo na vida acontece por uma razão e destes acontecimentos, devemos sempre buscar aprender algo, mas que pode trazer uma situação dessas? Muito pouco... para mim, serviu e serve em cada uma destas crises, em tentar perceber a vida no seu momento, em buscar ser mais humano, mais paciente, mais amoroso, menos mesquinho e, serve também para lembrarmos que devemos dizer às pessoas que amamos, que nos a amamos, sem perder tempo, pois a vida é curta e com certeza são nestes momentos que vivenciamos este fato. A psique humana é incrivelmente interessante, pois insignificantes disfunções, sejam elas emocionais ou mesmo químicas, acabam criando tremendos vórtices que acabrunham impiedosamente nossa existência. Fica-se sem chão, sem saber o que fazer e completamente desesperançados. Gostaria de conseguir transpor em palavras, o que sinto em situações destas. Talvez isso ajudasse em algo. Na verdade gostaria de nunca mais vivenciar situações destas, gostaria de estar aqui escrevendo outras coisas, mas tive que "curtir" mais essa... Pelo menos serve como um desabafo e talvez como forma de extirpar esta sensação louca e sem sentido que as vezes insiste em nos perturbar...

COLO

Nunca te abandonei - disse Jesus - neste momento te carregava no colo...

segunda-feira, junho 05, 2006

BUSCA


Na busca de uma satisfatória idiossincrasia, interajo como posso com o mundo em minha volta. Às vezes de tanto procurar, me aborreço e, por acabar não achando, me aquieto... Neste estado letárgico, por nada fazer, acabo me induzindo, novamente, a recomeçar a procurar... Na verdade já nem sei o que, só sei que é este ciclo viciante que mantém minha existência...

VAI QUEM QUER


Com certeza, se dá necessário o desprendimento das necessidades vãs, da ignobilidade de vontades inúteis, de desejos infrutíferos e dos momentos de solidão e flagelação gratuita para se encontrar a essência do verdadeiro sentido de nossas vidas, o porque de nossa existência, e a razão de tudo que nos cerca, pois a vida não é parva para que a deixemos passar sem lhe dar o devido valor, esperando apenas que nos sirvam destas nossas necessidades burras.

CONSELHOS VÃS


Mesmo inerte no marasmo de um canto vazio qualquer, ainda assim estaremos sujeitos às inquietudes da alma, do mundo, de medos, anseios... Devemos pois, ter em mente que tudo em nossa volta está acontecendo a cada minuto com o intuito de nos mostrar, mesmo que de forma sutil, os pormenores de nossa existência. Feliz daquele que apreende de pronto estas idiossincrasias, compreendendo que tudo é como uma grande charada, a qual, quando definitivamente e corretamente a deciframos, aprendemos verdadeiramente como viver...

JULIANE



"Minhas mãos trêmulas não conseguiriam fazer nem mesmo um aceno; a menor perspectiva de tua ausência calariam meus atos... "

domingo, junho 04, 2006

HOMO SAPIENS


Definitivamente, não fazemos parte do contexto terráqueo! E isso é facilmente percebido pelo fato de necessitarmos de inúmeros subterfúgios para nos adaptarmos ao meio que nos cerca e, encaixarmos na natureza existente. Somos verdadeiras pragas parasitas; vírus purulentos que sugam toda a existência do mundo para satisfazer as nossas necessidades vãs e idiotas e, se faz impressionante a voracidade da nossa necessidade por destruição. O pior é que não nos importamos com o que nos guarda o futuro, pois "a ficha ainda não caiu" de que com a destruição iminente, sucumbiremos junto com este tão mau tratado planeta e, o que restará é somente uma massa indigesta, fedorenta e sem valor nenhum...

ENCKE


Errante, ele vaga pela imensidão negra e fria do éter, Por esta escuridão que é absorta e cega ele vaga, errante. Suas idas e vindas já ocorreram por incontáveis vezes, Sem mesmo nunca nos darmos conta. Imenso, mas invisível, já que o pó traiçoeiro lhe oculta, Flerta com quem mais próximo estiver, Não escolhendo quem possa ser o próximo. Como um vampiro louco, se deixa levar Pelo chamado da gravidade que desconhece o que faz. Atendendo a este chamado, invade a nossa casa indefesa E num golpe certeiro, Nos tira o chão e, ai, Já não existimos mais. Somos somente lembrança. Ou nem mesmo isso sobrou...

GRANDE AMIGO NONATO

(...) Quem veio ao mundo em brandas nuvens e em plácido repouso adormeceu, Quem veio ao mundo e não sofreu, Foi espectro do homem, não foi homem, Só passou pela vida, Não viveu... (Nonato, um velho e estimado amigo)

VIVALDI


Que as razões ecléticas se dissipem ao longo de uma propensa dissimulação sonora de suas composições. Que a sua magnitude descongestione a mente já cansada de desilusões. Que notas inaudíveis sejam captadas e transbordem nossos corações com o louvor e o amor dos toques sutis da sonoridade de vossas notas angelicais. Que os acordes tão puros e lindos sincronizem-se com as percepções intero-analiticas e as decomponha a fim de que o maravilhoso vazio da imensidão preencha de paz nossa existência...

JESUS



E então Jesus disse: mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido...

SOLIDÃO


De repente, nos vemos acuados e sem rumo. O dia mais lindo, nada mais é que um grande quarto escuro. O chão, nos parece ter sido roubado, e chegamos ao ponto de desistir... Tem dia que é foda!

PRISÃO


Realmente, acabamos por criar mundinhos tão medíocres a ponto de esquecemos que realmente a verdade, a grande verdade, está lá, do lado de fora...

AS VEZES


Às vezes as incongruências desta vida são realmente grandes, Às vezes as injustiças se sobrepõem, O triste é ter acreditado e, desta crença, ter sobrado o sofrimento. Às vezes o que resta é só um grito solto, eufórico, triste e aflito...

ANTES QUE SE ACABE


(...) e lá se foram as horas, os dias e o tempo em si... Um mistério e um aconchego acabaram por ludibriar a esperança de um recomeço. Que sentido tenho destas palavras? A "certeza" única de estar vivo, ou, não... A mente flui leve como pluma... Pensamentos desconexos se ligam e formam palavras desconexas... Olho para trás e acabo por ver-me ao longe e relembro momentos que não viví, não pude... Que ligação mística nos uniria neste momento? A desconexão pura e abstrata de um pensamento que fluiria leve como uma pluma... Porém não contava eu com est2e imenso silêncio que de tão quieto me põe a beira da loucura... Desconecta a eloqüência insana, da realidade que me é abstrata. Enlouqueço-me visionando o meu horizonte frio e inquieto. Flutuo até que me perco no éter. Sem mais forças, caio em mim... Que faria agora se eu não fosse eu? Que lugares fitaria se outros olhos me coubessem? E se eu pudesse ser tão rápido e chegasse sem demora até onde eu acho que quero? Que graça teria de estar lá sozinho? O real desatino é, pois, estar sozinho aqui, dentro de minha cabeça... Que cor teria minh'alma se tu tivesses outros olhos? Que vida seria a minha se outro corpo envolvesse esta minh'alma? O que estaria a preencher este espaço que ocupo se eu não existisse? Indagações meu caro, de uma mente sem cor... De uma alma sem cor... De um vinho sem cor... De uma cor sem dor...

JULIANE


Se posso, te levo até as maiores alturas, para que de lá consigas ver o quão grande é meu amor por você...

MODERNISMO


Talvez, realmente já se estivesse farto de seguir o mesmo caminho já tão carcomido pelo tempo e pelos dogmas enraizados que atavam e atravancavam as mãos, mentes e pincéis ávidos dos artistas que precederam ao movimento modernista. Talvez este movimento, que dentro de seus pretextos, revolucionou a arte no país e no mundo, tenha sido uma conseqüência pura de tais fatos, da vontade de se dar um basta final à antiguidade. O que se tem certeza é que muito se fez a partir do momento que se rompe com estas amarras e começa-se a criar com a razão, com a certeza de estar mais uma vez no caminho certo, buscando através desta razão o aperfeiçoamento da vida em si, a qual tenta ser retratada nos mínimos detalhes, nas cores difusas, nas pinceladas fortes e precisas, nos poemas sóbrios, nas luzes diferentes sobre um mesmo tema... Nunca mais haverá distancias tão grandes, pois a velocidade que se criou e que se vive depois deste rompimento, as encurtaram, afinal a maquina foi inventada e não há mais como se retroceder tal processo. Encara-se. Todos os problemas serão resolvidos, pensou alguém nos tempos perdidos do inicio do modernismo. Não haverá mais fome, pois a maquina cuidará da fabricação de alimento para todos, não haverá mais frio, pois a maquina construirá as casas e as roupas de que necessitamos, (se foi verdade, isso é uma outra história...) e finalmente, não haverá mais fome de arte, pois os seus artistas construíram asas alvas, límpidas e limpas de empecilhos do passado e com elas alçaram vôos cada vez mais distantes rumo à perfeita conexão do homem com ele mesmo...

LUCIO COSTA


“A realidade humana se baseia e se fundamenta em mudanças que ocorrem a todo o momento e em todas as áreas possíveis, criando idiossincrasias, comportamentos particulares, novas crenças, novos valores, novas diretrizes, enfim, mudanças estas que com certeza nortearam a criação do ilustre Sr. Lucio Costa, o qual, com clareza, demonstrou nos seus projetos a visão de uma nova arquitetura que começava a surgir, sobrepujando o velho e deteriorado método que até então era utilizado, mas nem com isso, deixando de expressar e salientar o respeito pelo clássico, bem como trazendo à luz da questão, assuntos pertinentes e de suma importância para que se entendesse a presente evolução que batia à sua porta, bem como tentando alavancar esta idéia do novo, do limpo, deixando as volutas e seus capitéis de tempos passados, repousarem na bruma calma da época a que muito bem prestaram...”