domingo, junho 04, 2006

ANTES QUE SE ACABE


(...) e lá se foram as horas, os dias e o tempo em si... Um mistério e um aconchego acabaram por ludibriar a esperança de um recomeço. Que sentido tenho destas palavras? A "certeza" única de estar vivo, ou, não... A mente flui leve como pluma... Pensamentos desconexos se ligam e formam palavras desconexas... Olho para trás e acabo por ver-me ao longe e relembro momentos que não viví, não pude... Que ligação mística nos uniria neste momento? A desconexão pura e abstrata de um pensamento que fluiria leve como uma pluma... Porém não contava eu com est2e imenso silêncio que de tão quieto me põe a beira da loucura... Desconecta a eloqüência insana, da realidade que me é abstrata. Enlouqueço-me visionando o meu horizonte frio e inquieto. Flutuo até que me perco no éter. Sem mais forças, caio em mim... Que faria agora se eu não fosse eu? Que lugares fitaria se outros olhos me coubessem? E se eu pudesse ser tão rápido e chegasse sem demora até onde eu acho que quero? Que graça teria de estar lá sozinho? O real desatino é, pois, estar sozinho aqui, dentro de minha cabeça... Que cor teria minh'alma se tu tivesses outros olhos? Que vida seria a minha se outro corpo envolvesse esta minh'alma? O que estaria a preencher este espaço que ocupo se eu não existisse? Indagações meu caro, de uma mente sem cor... De uma alma sem cor... De um vinho sem cor... De uma cor sem dor...