quarta-feira, abril 23, 2008

MOMENTO CONGELADO NO TEMPO


(...) Alguns tremem suas mãos, mas, com desenvoltura, driblam as falácias da avançada idade a ponto de já nem perceberem os trejeitos que lhes derrubam o alimento; outros sentem o peso dos anos a ponto de arcarem quase que tombando. Olhos curiosos buscam os cantos na tentativa de encontrar o passado ja perdido e quase esquecido. Como pequenos organismos, mesmo que com cada uma de suas vidas próprias, não chegam a perceber que são apenas pequenas peças, diminutos blocos de uma construção divinamente maior. Alheios às necessitudes da dinâmica da vida, entregam estas suas na forma de um parco óleo, a fim de azeitarem as engrenagens da roda da existência. Fúteis desejos vagam em suas mentes na ânsia de um resgate utópico destas suas vidas que são incrivelmente vãs. Conversas são ouvidas em cada canto como se cada uma fosse a mais importante, aquela que nos salvaria a todos... Não precisamos de tanta comida; precisamos de acalento; precisamos de compreensão; precisamos de entendimento, não para estas nossas necessidades carcomidas pelo orgulho e mesquinharia, mas para que possamos, no minimo, nos aquietarmos e nos conformarmos de que na verdade não se necessita buscar nada, mesmo porque, não ha nada a ser buscado. Interessante é a vida em si, ou mesmo esta que achamos estar vivendo: cheia de encantos, buscas, necessidades, unica e exclusivamente criadas por nós e não por acharmos que verdadeiramente seja assim. Realmente a vida é para ser vivida, mesmo que não tenhamos sequer a idéia do que isto signifique... Porém, na minha sempre mal interpretada noção, acredito que mesmo diante de tanta incerteza, devemos pelo menos, sermos fiéis às nossas conjecturas, nossas crenças, tentando em todos os momentos, buscar alcançar o amor, o que, ao meu ver, é a unica verdade à nós creditada...

domingo, abril 20, 2008

IRMÃO CLAUDIO TOMODASHI


Felicidade, nada mais é que pequenos momentos felizes ao longo da vida, os quais vamos juntando sem maiores pretensões. Ser feliz portanto é chegar em um ponto qualquer ao longo desta mesma vida, olhar para trás e constatar que conseguimos juntar bastante destes pequenos momentos... Muitas coisas poderão gera-los, mas principalmente a compania de grandes e verdadeiros irmãos, que estão presentes em quaisquer momentos de nossas vidas, sempre prontos a nos levantar, a nos apoiar e a suportar as nossas loucuras.

segunda-feira, abril 14, 2008

FADO

Disléxicos diante da incompreensão e da falta de uma hermenêutica consistente, somente nos sobra, senão uma sensação mórbida acerca das falácias da vida; a oportunidade constitutiva de uma idiossincrasia que é, no mínimo, surda, cega, muda e, idiota...

sábado, abril 12, 2008

CRIAÇÃO



Na imensidão do espaço o Décimo Segundo viaja onipotente. Em sua trajetória, arranca sem piedade pedaços de outros; pedaços que agora são teus; pedaços que encontram Tiamat e apesar de lhe poupar, não oferecem a mesma sorte à Kingu... Com a enorme colisão, Kingu se despedaça ao meio; moribundo, perde seu lugar em sua antiga orbita e retira-se na busca de curar-se, deixando para tras apenas corpos gelados... Agora teu nome ja não é mais este...Kingu! O tempo passa e curado proliferam as sementes deixadas pelo Decimo Segundo... Majestoso, ainda que lhe falte a metade que agora se encontra coberta pelas aguas, destaca-se pela beleza e pela cor azul que predomina, dentre os outros nas orbitas vizinhas; porém, dentre as sementes que recebeu, uma gerou o homem, este despresível... Impávido e suspenso na imensidão etérea, agora espera sua sorte que desde sempre vaga onipotente pela vastidão do espaço; impávido, aguarda o retorno do Décimo Segundo, temendo, mesmo que em silêncio, que o "encontro" não chegue a acontecer por insuficiência de tempo, já que este homem que o habita lhe come impiedosamente as entranhas... A sua sina realmente só aos deuses pertence...Terra é agora o teu nome!

quinta-feira, abril 03, 2008

CAROL WOJTYLA


Algumas pessoas exercem, sem maiores explicações, um fascinio enorme sobre nós. Carol Wojtyla, como é a forma que gosto de me dirigir à este senhor, é uma delas... Não sei ao certo, talvez por seus olhos emanarem uma bondade que lhe é peculiar, ou então por eu o acha-lo muito parecido com meu pai... Não sei... Só sei que este senhor, dentro de suas possibilidades, buscou em todos os momentos de sua vida religiosa, fazer com que os povos se entendessem, coabitassem, coexistissem, mesmo com toda a gama de diferenças que os povos possuem entre si. Tentou fazer entender, principalmente os fanaticos, que não se precisa atrocidar para buscar o nirvana, não se precisa explodir para se alcançar a santidade, não se precisa matar para provar ou tentar explicar que esta ou outra doutrina é a correta... Com este intuito, ele buscou dialogo com todas as ideologias, buscou a aproximação de todas as religiões na esperança, não sei se utópica, de unificação de todas as crenças em uma unica e grande religião, haja visto e sabiamente visto, Deus ser um só. Simplesmente isso... O senhor Wojtyla teve coragem de expressar e buscar caminhos que acompanhassem os da humanidade atual, tentando não se prostrar diante da mesmice e da mentalidade retrograda comum da igreja, tendo inclusive, diante de um ato muito importante, pedindo perdão pelos erros - que nao foram poucos, 700 anos de inquisição que o diga! - cometidos por esta mesma igreja. Tentou, ainda que com toda a dor que sentia constantemente devido as sequelas do atentado que sofreu, viver sua religiosidade, sempre na esperança de uma situação melhor para todos, principalmente para os mais necessitados. Com certeza, todas estas palavras são conhecidas pela maioria das pessoas, mas mesmo assim, eu gostaria de prestar aqui uma singela homenagem à esta pessoa que mesmo com todo o peso da reliogisade que carregou nas costas, o fez com bondade, perseverança, amor ao proximo e, sem mais por dizer: realmente como um verdadeiro santo. Saudades...