segunda-feira, setembro 15, 2008

PERCEPÇÕES E SENTIDOS


Uma criança que chora, um pai que a afaga, um carro que avança, a água que se jorra na fonte apática, um pombo que voa, uma pessoa que vem, um vento que sopra, um cheiro que sinto, uma folha que se solta e, cai, um inseto que busca... Tudo é, ao mesmo tempo, sincronizado, esférico, dinâmico, elegante... Um algoritmo complexo e completo, se revelando verdadeiramente, como a vida em si... E esta é apenas a minha percepção deste momento, eterno no tempo, que nunca mais poderá se repetir, singelo e intrincado, incrivelmente intrincado, se apresentando diante de meus olhos. Este é apenas o meu pedaço perceptivo deste pequeno campo apreendido. O que dizer das percepções acerca deste programa divino que matematicamente se encaixa perfeitamente e que acontece a todo instante diante da maioria desapercebida? Sou previlegiado por apreender estas nuances, sou previlegiado por perceber estas engrenagens, que a cada lapso de tempo me mostram a grandeza do Criador acerca de tudo isso. Pena é porem nem todos perceberem estes acontecimentos; pena é eu não ser capaz de conseguir traduzir em palavras esta maravilhosa visão de Deus diante de mim nestas mais singelas demonstrações, pois o complexo é apenas apreendido sistematicamente em pequenas nuances perpetuadas no tempo, o qual nunca se repetem... Ainda que a mesma criança chore e o mesmo pai a afague, ainda que o carro ainda avance e a agua jorre na fonte apática, estes ja não são mais os mesmos, pois como o rio de Heráclito, ja são outros, apesar de os olhos que os fitam serem os mesmos e terem se fechado por pouquissimo tempo, o suficiente para Deus se mostrar novamente, de forma diferente na mesma cena ainda percebida...

domingo, setembro 07, 2008

COGITO ERGO SUM



As pessoas, em sua maioria, possuem uma necessidade latente de defender suas opiniões acerca de suas crenças. Deus é um destes assuntos. Por minha parte, não estou aqui para impor nada, apenas para expressar minha opinião sobre os assuntos que me chamam a atenção, sem contudo os impor. E, Deus, para mim, é um destes assuntos. Primeiramente, verifico que mesmo uma opinião ou outra, por mais pífia que seja, se dá pela emoção daquele que inconscientemente tenta imperá-la, e não pela razão. Eu, por mim, acredito em Deus e também em outras coisas. Assim sendo, realmente Deus e todas estas outras coisas que acredito, existem, pelo simples fato de que cogito a existência delas. Aqueles que não acreditam em algo e comentam esta descrença, não tem nem ao menos noção de discernimento a ponto de findarem a entender que, logicamente, quando se nega algo, isso automaticamente faz esta coisa existir, pois senão nem mesmo se pensaria ou cogitaria esta coisa. A única certeza é a que o nada não cria nada, por outro lado, tudo mais pode ser criado a partir do nada. Eu poderia simplesmente ignorar a existência de algo e nem por isso esta coisa deixaria de existir, se existisse. Por conseqüência quando penso, e se penso logo existo, e este pensamento divaga acerca de algo, este algo já deste instante passou a existir. Eu penso em Deus, apesar de muitos acharem o contrario e, se mesmo ninguém mais tivesse pensado Nele, como eu já o tinha feito, e faz tempo, ele então existe... por mim e por todos por quem oro, mesmo aqueles que não pensam (Nele), bem como pelos quais ainda não pensei, não cogitei e infelizmente ainda não existem...

sábado, setembro 06, 2008

SENÃO



A transcendência do pensamento, que absorto transgride as regras todas, é excêntrico e não se deixa tão facilmente decifrar. Um torpor se apossa da alma e letárgicamente nos obriga a prostrar diante de toda incerteza. Não me agrada ser descrido das coisas, mas também não posso simplesmente deixar de perceber que nem tudo faz sentido, criando dentro de mim, infelizmente, uma falta de motivos, de necessidades, de razão e logica... Tenho medos e diante das falácias que me surgem, envelheço, percebendo na carne que o tempo, curto que só, esvai sorrateiro, impávido e imparcial. Mas, ainda que fraco, busco as respostas que procuro, nos cantos incertos, nos sorrisos desprendidos, nas dores que sinto e, assim, continuo, ainda que parado no mesmo lugar, meu caminho diante da vastidão dos mistérios de Deus e, portanto, que Ele guarde para mim, senão todas as respostas, pelo menos um plácido e sereno porto para acalmar o meu corpo ja cansado pelo caminho longo da busca; que Ele me dê, senão todas as respostas, pelo menos a satisfação e o discernimento de ter seguido o caminho mais certo e o acalento de saber que Ele sempre ao meu lado esteve...